Autor: Gretchen Rubin
Não Ficção | Tema: Memória
Editora: Estrela Polar | Ano: 2010 | Formato: livro | Nº de páginas: 332 | Língua: português
Como me veio parar às mãos: veio das BLX.
Quando e porque peguei nele: 11/setembro a 16/setembro. Não posso ver as pessoas a ler livros, que tenho de os ler também. xD Conta para os desafios: Book Bingo - Não ficção.
Opinião: Passei a seguir o blog da autora este ano numa tentativa de conhecer outros sistemas para “gestão” de tempo e organização, por modo a conseguir dedicar-me a coisas que aprecio e a meter em marcha projetos e resoluções, basicamente queria deixar de procrastinar tanto. Em parte tenho conseguido, e tenho-me sentido feliz com isso, mas depois de ver a Tchetcha a ler o livro pensei “será que posso ser mais feliz?”
Tal como a autora, não queria mudar radicalmente de vida. Deixar trabalho e família para trás e partir pelo mundo em busca do “eu” nunca foi a minha onda, talvez porque a minha família não é tão má como isso e, apesar de dias maus, gosto do meu trabalho. É como tudo, com o bom há coisas más mas por enquanto o bom vai vencendo. Mas dizia, queria mudar de vida sem mudar de vida e o livro parecia-me bastante interessante.
Gretchen Rubin decidiu então fazer um “projeto felicidade” e colocá-lo em prática ao longo de um ano, relatando neste livro a sua experiência. Começou por decidir o que queria mudar, ter mais energia, dedicar-se à família, etc, acabando com 11 grandes áreas em que trabalhar. Resolveu depois dedicar um mês a cada área, tecendo resoluções a concretizar e mantendo-as pelos meses seguintes. Por exemplo, em janeiro dedicou-se à energia, em fevereiro ao casamento mas continuando a seguir as resoluções energéticas, por assim dizer, de janeiro e por aí adiante (ela explica melhor :P ).
Achei algumas resoluções interessantes e aplicáveis à minha pessoa, mas gostei sobretudo dos 12 mandamentos e dos “Segredos da Idade Adulta”. No entanto, o livro repete-se um pouco e não posso deixar de achar a autora algo hipócrita. O primeiro mandamento era “ser a Gretchen” e acho que muitas vezes não o foi, sobretudo na medida em que fingia que se sentia como se queria sentir e se ela era uma pessoa que criticava e queria reconhecimento, as semanas de simpatia extrema chocaram-me porque imaginava-a sendo falsa. Chateou-me bastante a parte do marido querer reconhecimento por a deixar dormir e ela praticamente engolir a resposta que lhe queria dar. Tal é uma das coisas que faço no dia a dia e deixa-me chateada comigo mesma, pois acabo por engolir tanto que rebento num dia de menos paciência, e rebento com quem não tem a culpa. É certo que há quem não aprenda mesmo que uma pessoa critique e mande vir, mas pela minha experiência sei que não criticar também não contribui em nada. Parece que o marido dela até passou a ajudar mais em casa, mas nem sempre (pela minha experiência quase nunca) tal acontece.
Como a própria autora afirma, cada um é como cada qual e o projeto dela não tem que ser necessariamente o de outra pessoa, mas acabei por arranjar um conjunto de resoluções em que vou tentar trabalhar daqui para a frente e coloquei inclusivé na minha nova agenda, troquei alguns dos itens da lista que tinha tirado daqui pelas minhas resoluções. Também estou a tentar elaborar os meus mandamentos e a acrescentar algumas coisas aos “segredos da idade adulta”. :)
Veredito: Emprestado e pouco se perde com isso. Acabou por ser uma leitura interessante e capaz de colocar a nossa vida e atitudes em perspetiva, o que me levou a perceber que não sou tão infeliz assim (na verdade até já me tinha apercebido de tal olhando para o que vai sucedendo à minha volta) mas devia de deixar de dar algumas coisas por garantido. Também devia destralhar. Sempre me gabei de encontrar a ordem no caos mas sinceramente leva o seu tempo e se tudo estiver arrumado é muito mais rápido. :D
4 comentários:
Sempre achei que os livros de auto-ajuda eram um bocado supérfluos porque o esquema do autor(a) é um método que se aplica a ele/ela e não a toda a gente. Mas pronto, fico contente por saber que algumas dicas são úteis. :)
Não sei se acontece com todos, até porque deste género só li este e o GTD, mas em ambos os autores referem que o sistema apresentado e explorado por eles pode não adequar-se a toda a gente. Há muitas variáveis a ter em conta mas dá para tirar algumas ideias e, sobretudo ou pelo menos na minha opinião, para incentivar a mudar algo. Acho que mais que dizer "faça isto ou aquilo", o facto de dizerem "meti na cabeça que tinha de mudar e pus mãos à obra" é que dá o último toque para finalmente dar o passo para conseguir atingir algo. Não sei se me faço entender... Mas basicamente, eu tenho a noção de que me fecho muito no que é hábito e mudar uma coisa que fosse, fazer a cama todos os dias por exemplo, podia ser assustador (eu sei, que raio de coisa, mas eu sou estranha a esse ponto) mas eles dizem "não, mudar é bom, um bocadinho de cada vez, basta estar focado no que se quer mudar e colocar em marcha a ação necessária".
Segui o blog da Gretchen Rubin durante bastante tempo e sempre tive curiosidade em pegar no livro...Acho que depois de ler a tua critica fiquei com a curiosidade satisfeita... :-)
Se já segues o blog penso que pouco acrescenta, já que no livro ela apenas expande um pouco mais a sua experiência. Mas lá está, repete muito as ideias. A reter fica, encontrar as áreas que se quer mudar, tecer objetivos para cada área e colocá-los em prática.
Enviar um comentário