19 de agosto de 2014

Ireland Rose

Autor: Patricia Strefling
Ficção | Género: romance histórico
Editora: WestBow Press | Ano: 2011 | Formato: e-book | Nº de páginas: 280 | Língua: inglês

Quando e porque peguei nele: 21 a 27 de julho. Já háaalgum tempo que tinha este livro no Kindle a chamar por mim. Capa bonita, título que prometia uma coisa completamente diferente da que fui encontrar. Eu já deveria de saber que antes de comprar devo ler a sinopse e um bocado do texto.


Opinião: No último ano e alguns meses resolvi deixar de pedir ou comprar e-books a preço zero na Amazon ou em qualquer lado. Primeiro, porque estava a acumular títulos que nem uma doida, já me basta os que tenho em papel. Segundo, é impressão minha ou é tudo christian fiction? Não que isso seja mau, continuo a achar que é dos géneros com as capas mais bonitas e quando bem feito não me parece que seja um romance tão diferente dos outros, apenas com uma moral mais vincada e casto. Terceiro, e por ventura a razão maior para passar a ignorar os e-books gratuitos, a maior parte não passa do "meh" e há alguns que deveriam ser fortemente editados. Este é um desses.

Ireland Rose é a nossa protagonista, (sim, é realmente o nome dela) e não, como eu pensava a flor mais bela da Irlanda. Julgava eu que o livro se ia debruçar sobre uma qualquer mulher importante na história daquele país mas não. Eis porque devo ler sinopses. De qualquer maneira, transposta a primeira desilusão, lá prossegui a leitura mas a coisa foi piorando. Começa com ela a receber um capitão às ordens do seu marido a, praticamente, forçá-la a assinar papéis que fazem dela a herdeira do marido que corre risco de vida por estar gravemente doente. Em nenhum lado é mencionado que ela lê os papéis. Pouco depois é visitada por um sujeito que lhe garantem ser de má rês, ela lê os papéis, reza a Deus para a guiar... e assina à mesma. Por esta altura acho que já não podia com a personagem.

Ponderei desistir mas o porquê do capitão ter sido tão brusco com ela estava constantemente a dizer-me para prosseguir a leitura. Dali só podia vir o romance! Ok, ela era casada, mas o marido estava doente, mais cedo ou mais tarde a coisa iria encarreirar... mas não. Durante cerca de dois terços do livro seguimos a personagem mais frustrante que poderia ter sido criada. Não é que seja a perfeição em pessoa, mas a sua gentileza, a sua caridade parece tão forçada, tão para fazer dela moralmente superior a qualquer outra que só me apetecia atirar o Kindle contra a parede. Além disso a moça não tinha espinha! Parece que não faz nada por ela mas para parecer bem. A procura de amizades é para o seu marido ficar satisfeito por ela ter encontrado alguém com quem se relacionar para além dele, numa cidade e sociedade para ela totalmente desconhecida. Até a caridade é para ele ficar satisfeito, porque ele ficou doente a fazer atos de caridade, logo se ela o fizer, ele ficará satisfeito. Grrr!

Mas isto nem é o pior! A certa altura o tal capitão pede-lhe que tome conta de uma jovem que está grávida. A jovem dá à luz e como não quer a criança dá a pequena a Rose, que a adota, assina papéis e tudo, e cria-a como sua própria filha durante cerca de um ano, até que o capitão volta e lhe pede a criança. Porque raio quer ele a criança? É o pai? A mãe arrependeu-se?! Não, o capitão tira-lhe a criança para a dar à sua irmã, que ficou viúva e cujo falecido marido violou a verdadeira mãe da criança. Ou seja, ele tira a filha ilegítima do marido da irmã, para dar à própria irmã, que assim vai criar o fruto da canalhice do seu defunto marido. Isto tudo quando Rose tem todo o direito de ter a criança porque há papéis que dizem que ela é mãe adotiva, porque os pais (o defunto, que queria que a mãe biológica fizesse um aborto logo não queria reconhecer a criança, e a mãe biológica que dá, quase implora que ela fique com a pequena) rescindiram dos direitos. E o que ganha ela em troca por dar a criança? Tristeza. Alguma tristeza que é, de alguma forma, suavizada por um cachorro. *massive eye roll* A sério, sou a primeira a assumir que os animais são como verdadeiros filhos, mas pelo amor de Deus, nunca nesta situação um cão poderia substituir uma criança nem uma mãe dar a sua filha assim, sem qualquer tipo de luta, por muito que levasse a peito a passagem sobre a decisão salomónica.

No meio disto, descobrimos que o capitão Wyatt era bruto para com a Rose porque ela o lembrava de uma antiga paixão, que é rapidamente resolvida num encontro casual, enquanto ele jantava com Rose e a antiga paixão aparece. Tudo é bastante anticlimático e a rapidez com que o capitão e a Rose se dizem apaixonados um pelo outro parece vir completamente do nada, porque não há nenhum indício de qualquer tipo de relação. Ok, ele dá-lhe o cachorro... mas tinha-lhe tirado a criança! Como é que ela fica com quem lhe tira a criança para a dar à irmã, que nem sequer tem qualquer tipo de relação com a criança?! E não me interessa que eles tenham tido um molhe de filhos e fossem felizes para sempre, foi tudo muito estúpido e simplista.

Não posso com personagens que são um autêntico doormat e a Ireland Rose é uma. Para além disto, a formatação é de bradar aos céus e há imensos erros.

Veredito: Com tanto livro e tive de pegar neste. Tenho de aprender a ir com o meu instinto. Algo cá no fundo dizia "desiste que isto não vai a lado nenhum", mas este ano já desisti de 3 ou 4, uma vez por outra convém dar uma chance ao livro, não? Baseado neste, não!

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