Autor: Sally Gardner | Narrador: Tom Hiddleston
Ficção | Género: fantasia histórica
Editora: Orion | Ano: 2007 | Formato: áudio-livro | Nº de páginas: - | Língua: inglês
Quando e porque peguei nele: 30/abr/2012 a 1/maio/2012. Ia passar o dia em limpezas e outras tarefas domésticas e pareceu-me que seria interessante. *assobia inocentemente* Conta para o desafio: Book Bingo - Áudio-livro.
Opinião: Devo dizer que não fosse pelo narrador, provavelmente nunca teria lido este livro. *regrets nothing* E deixem-me dizer que este áudio é uma festa de sotaques. A fangirl em mim delirou com tanto sotaque (sim, tenho uma panca por sotaques ingleses, deixai-me!) e com a voz do Tom Hiddleston. *suspira* No geral, a narração pareceu-me bem conseguida, apesar de ter achado que houve uma personagem que a meio mudou de sexo e por isso de tom de voz. O_o
Este áudio conta a história de Yann, um jovem rapaz de 14 anos que atua com um anão e um ilusionista. O truque que o trio costuma apresentar (cada qual executando a sua parte) envolve um autómato que se mexe sem quaisquer fios ou maquinismo, que revela o que as pessoas escondem no seu íntimo e adivinha o futuro, além de o ilusionista ser capaz de sobreviver a um disparo. Devido ao sucesso dos seus espetáculos, são contratados pelo conde Kalliovski para atuarem numa festa. Mas este parece ter algo na manga e ao ser reconhecido pelo ilusionista e pelo anão, resolve matá-los para que o seu segredo não seja descoberto. No entanto, para além da morte do ilusionista no palco às mãos de Kalliovski, a noite traz outra surpresa desta feita na voz de Yann através do autómato, anunciando a Revolução Francesa.
A história agarrou-me desde o início, pareceu-me bastante interessante ainda que previsível nalguns pontos, mas a meio pareceu-me que não fluía tão bem, com mudanças abruptas entre pontos de vista de personagens e mesmo com as coisas a passarem-se depressa. Parece-me que esta é uma abridged version pelo que tal coisa talvez se deva a cortes no texto. Também me pareceu que faltava algo conforme a história foi seguindo. Não consigo dizer o quê, mas parece que o fascínio foi desaparecendo. O início prometia magia e por alguns momentos consegui senti-la, mas depois essa magia, esse encantamento foi-se desvanecendo. Talvez esperasse ver o talento de Yann e Tattoo mais aprofundados, pois a ideia de fios de magia é engraçada (fez-me lembrar a série Study e mesmo o primeiro livro da trilogia das Joias Negras) mas infelizmente é abordado superficialmente e quase a despachar, pelo que vemos muito pouco de tal magia.
As personagens também não são muito aprofundadas, apesar de ser impossível não gostar de Sido ou de odiar o seu pai e o vilão da história. A sério, não gostaria de encontrar o conde Kalliovski à frente, só o lema “Show no mercy, have no mercy” me arrepiava, e confesso que fiquei com algum temor de encontrar um colar vermelho. Yann também é uma personagem agradável de seguir mas houve momentos, sobretudo quando se exaltava, em que me parecia estar um pouco out of character. O_o O romance é fofo, apesar de achar um pouco recambulesco a ideia de dois jovens se apaixonarem perdidamente aos 14 anos tendo-se visto numa única noite. *eye roll* A Revolução Francesa como pano de fundo também dá um certo colorido, por assim dizer, à história sendo muito bem conseguido, a meu ver, o alheamento do pai de Sido a tudo o que estava a acontecer.
É considerado um livro para crianças mas gostei de o ler e vejo-me a relê-lo. Mais não seja pelo vilão. Parece que os vilões das histórias para crianças são sempre melhores. Alguns há que em vez de vilões parecem que servem é para comic relief ou são tão maus apenas para serem maus e acabam por não impor temor nenhum. Não é preciso serem muito aprofundados, uma atmosfera de mistério e macabro, de não olhar a meios para atingir fins e sede de poder conseguem ter o efeito desejado, pelo menos em mim.
Veredito: Se fosse emprestado pouco se perdia com isso. Mas parece-me perto de um Vale o dinheiro gasto pois acabou por ser uma leitura bem mais interessante do que estava à espera (mais vai daí, tudo é mais interessante quando se anda a fazer tarefas domésticas) e estou a pensar seriamente a adquirir tanto o livro como o volume seguinte.
Há de seguir-se: muito provavelmente Cranford de Elizabeth Gaskell
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